sexta-feira, 27 de junho de 2008

Alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar predominam nas propagandas de TV e revista

Da Agência Brasil


Brasília - A Universidade de Brasília (UnB) e o Ministério da Saúde divulgaram hoje (26), no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o resultado de uma pesquisa que apontou que as propagandas que mais predominam nas TVs e revistas são as de alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar.

Os anúncios de alimentos nas televisões correspondem a 9,7% do total e sua maior freqüência é registrada no período das 14h30 às 18h30, com maior prevalência na rede de televisão a cabo. Já as mídias impressas focam mais em revistas infantis, para adolescentes e mulheres.

No estudo constatou-se que os alimentos mais divulgados na mídia são produtos que afetam a saúde e acarretam em doenças crônicas. Durante a divulgação dos dados, o Ministério da Saúde afirmou que 60% dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) são gastos em tratamentos de hipertensão, diabetes e coronarianas.

Segundo a coordenadora geral da política de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcellos, os órgãos competentes pretendem realizar campanhas de alimentação adequadas para executar uma mudança nos hábitos da população, na intenção de reduzir o consumo desses mantimentos. Entretanto, a meta principal é efetuar revisões de todas as políticas legislativas que estão no Congresso Nacional, relacionadas a esse tipo de propaganda.

Além disso, a reunião discutiu também a proposta de consulta pública da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em 2006, que dispõe sobre a oferta, propaganda e publicidade de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sódio.

Na avaliação da gerente de propaganda da Anvisa, Maria José Delvado, a consulta mudará os hábitos dos brasileiros e irá privilegiar a saúde da população, principalmente das crianças que consomem esses alimentos, muitas vezes, induzidos pela mídia.

“Nós estamos estabelecendo critérios de propagandas ricas em gordura, sal e açúcar, justamente para que essas campanhas possam ter informação importante sobre o ponto de vista de saúde pública e que possam conter práticas implementadas neste segmento que influenciem e alterem significamente os padrões de consumo”, disse.

Segundo a dona de casa, Carmem Miranda, os meios de comunicação erram ao não equilibrar as informações, inclusive, nos comerciais. Ela disse que hoje é muito difícil fazer com que os filhos mantenham uma alimentação saudável. Para ela, a falta de tempo dos pais, a influência dos amigos na escola e a televisão são aspectos que contribuem para que as crianças aprendam a consumir alimentos que não são saudáveis.

“Em casa, quando tenho tempo, preparo um lanche mais saudável, mas quando eles chegam na escola trocam os lanches com os coleguinhas por biscoito de chocolate, sem contar que a televisão passa toda hora propaganda de biscoito de super heróis, daí a gente acaba comprando para agradar os filhos”, conta Carmem.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Após terem se dado mal, candidatos devoram o edital

Juliana Doretto
Em São Paulo
Era 2006, um domingo, depois do almoço. O publicitário Thomas Gonçalves, 29, estava nervoso, porque iria fazer uma prova do concurso para a carreira de diplomata, do Ministério das Relações Exteriores. O exame começava às 15h. Ele estava na zona Sul de São Paulo, e o teste era no extremo da zona Leste, mas o tempo estava sob controle. Então ele resolveu olhar o edital, só para confirmar o horário, por desencargo de consciência.

"Vi que era às 14h o início da prova. Quando me dei conta, já era umas 13h30. Saí feito alucinado, não sei como não bati o carro no meio do caminho", relembra Gonçalves.

Mesmo com o esforço, ele chegou meia hora atrasado e perdeu o exame. O erro teve justificativa: no dia anterior, ele tinha feito a primeira prova do concurso, que era dividida em duas partes, de manhã e à tarde. E segunda etapa desse exame começou às 15h. "Acho que fiquei com isso na cabeça e pensei que seria o mesmo no domingo", justifica-se.

Hoje, "traumatizado", como ele mesmo diz, horário virou prioridade. "Programo na agenda do meu celular e deixo anotado bem grande na minha escrivanhia. Nos dias das provas, durmo na casa dos meus pais, que é mais próxima ao centro e tenho melhor acesso ao local dos exames", conta.

Renata Caldas, 29, psicóloga, caiu numa "pegadinha" do edital do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Ela tinha acabado de fazer uma prova do TST (Tribunal Superior do Trabalho) e só lhe restavam cerca de duas semanas para se preparar para o novo concurso.

"Fiz uma leitura dinâmica do edital, e como era do Cespe [Centro de Seleção e de Promoção de Eventos], assim como o do TST, inferi que funciona do mesmo jeito: uma reposta errada anulava uma certa. O que é muito comum no Cespe. Mas não era! A cada duas erradas, uma certa era anulada", explica.

Com medo de perder pontos, ela deixou 11 questões em branco. "Eu poderia ter chutado. Para seis delas, eu tinha uma opinião, apesar de não ter certeza. E eu teria acertado", diz. "Hoje, eu decoro o edital."

Era um concurso de cadastro de reserva, e ela foi classificada, mas, com os pontos que deixou de marcar, estaria várias posições acima. Ou seja, teria mais chances de ser convocada.

Sem data
Aliás, para quem quer fazer dois concursos ao mesmo tempo, as minúcias do edital também podem significar uma inscrição perdida.

O hoje diplomata Ruy Hallack Duarte de Almeida, 30, em 2000, fez inscrição no concurso de analista de controle externo do TCU (Tribunal de Contas da União) e também estava inscrito para o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

"O edital saiu em 28 de setembro, mas sem a data da prova, que foi marcada para dezembro, na mesma data da OAB. Eu já havia me inscrito em ambos quando fiquei sabendo da incompatibilidade", conta.

Com os calendários iguais, ele teve de decidir por um das provas. "Pensei por alguns momentos em optar pelo TCU, mas sabia que tinha muito mais chance de passar na OAB." E passou.

UOL empregos

Veja os erros mais comuns dos candidatos em relação aos editais

A Fundação Cesgranrio, o Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília) e a Vunesp (Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista), empresas tradicionais na organização de concursos públicos, contaram ao UOL Empregos quais os erros mais comuns de seus candidatos.

Veja a lista e não repita os equívocos:

# Candidato se inscreve para um cargo, mas ele não possui os pré-requisitos necessários, como escolaridade ou experiência
# Perda do prazo de inscrição
# Desconhecimento dos critérios de aprovação e eliminação
# Envio de recursos fora do prazo ou por meio não estabelecido em edital
# Erro no cálculo da nota obtida

Edital é a regra do jogo no concurso; aprenda a traduzi-lo

Juliana Doretto
Em São Paulo
É como tomar remédio amargo. É chato, mas é preciso. Ler o edital do concurso público que vai prestar é a primeira tarefa de todo candidato. E essa "leitura" não significa passar os olhos, ver somente o cronograma ou imprimir o documento e deixá-lo em cima da mesa, à espera de atenção.

"Todas as informações que constam do edital são importantes e devem ser lidas com bastante atenção", diz Maria Vitória Teixeira de Carvalho, gerente do Departamento Acadêmico da Fundação Cesgranrio. "O edital é importante porque é a regra do jogo no concurso", diz Rosangela Lopes, gerente do Meta Concursos.

No entanto, de todas os itens, subitens, tabelas e outras letrinhas miúdas do edital, há algumas que enganam mais os candidatos e podem tanto ajudá-lo a conseguir a vaga quanto a perder o cargo.

O UOL Empregos selecionou os tópicos que mais geram confusões nos processos seletivos. Depois, prenda a respiração e mergulhe fundo no seu edital.

UOL EMPREGO